Para início de conversa, Manoel de Barros: “Não preciso do fim para chegar”, que tal?
Fronteira nos aponta uma impossibilidade, a de
estarmos, inteiramente, em dois lugares ao mesmo tempo, por isso, também
denomina-se limite, o limite entre o possível (transpor), e o impossível. Sinaliza
para nossa condição de seres faltantes, sempre em busca da completude.
Das possibilidades, a oportunidade de
sairmos da zona de conforto, cruzar o terreno do confortavelmente familiar, ir
em busca do desconhecido. Como desafio proposto por nós, transformar a experiência
em palavras e sonhos em experiência.
A pergunta está posta: Partir ou ficar? Ir
além, voltar atrás, a escolha é toda nossa... Escolher pode ser mais complexo
do que se supõe, escolher é ter que abdicar de algo. Mas não escolher, não será
também uma forma de escolher? Não há como fugir, é o que nos “diz” a fronteira,
a ela, cabe apenas a impassível existência, a nós, todo o caminho a ser
percorrido, adiante ou mais atrás...
O que buscamos, logo ali e além? O que
deixamos para trás? Heráclito concluiu: Não se atravessa o mesmo rio duas
vezes. Nesse caso, quem atravessa, também não permanece, as idas e vindas são o
próprio exercício da vida. Fronteira não é coisa qualquer!!
Até onde podemos ir, é uma outra questão
que a fronteira aponta, não para ser
respondida, mas para nos lembrar, mais uma vez, e de uma forma diferente, que
há limites, queiramos ou não, e que eles impõe respeito. O infinito é um lindo
ideal que serve para nos levar além, nos fazer andar, correr, pedalar, saltar,
sonhar... para cada limite, uma nova
possibilidade, para cada desejo, um limite!
Já que a imaginação é o lugar de transgredir,
“dentro” da nossa, nos permitimos a maior e mais audaciosa de todas as transgressões: sermos livres. Sonho que pode ser
alcançado, como um estado de espírito, de estar no mundo, nesse sentido,
arrisco aqui, mais uma vez, querida amiga de “maluquices”, um palpite, uma
aposta, uma escolha: attraversiamo!
Texto: Brisa Maria Fraga
Foto: Mariana Matos
Obs.: Esse texto foi escrito há 3 anos atrás, em resposta a uma pergunta feita por uma amiga, que transcrevo aqui: "O que podemos dizer sobre fronteiras, Brisa, depois do dia que tivemos hoje?"
domingo, 23 de dezembro de 2018
É um passeio com as letras com o burilar das letras expressando idéias.
ResponderExcluir😍 Obrigada Jêner!!!
ExcluirAttraversiamo sempre será a escolha acertiva!
ResponderExcluirATTRAVERSIANO!!! ❤
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